Dia desses eu estava vendo algumas postagens na internet e
deparei-me com esta pérola. Era a imagem abaixo, da qual irei tecer algumas
breves considerações.
A PRETENSÃO
A pergunta capciosa e pretensiosa
parece dar aquela munição para o “crente” detonar a fé católica. Mas, mal sabem
eles que a associação feita sequer é cabível, muito menos convincente para
qualquer pessoa mais versada na fé. Por que posso afirmar isso? Tenho boas
razões para fazê-lo, e tratarei de demonstrar um pouco delas nestas breves
linhas, que estão longe de encerrar o assunto, devendo ser consideradas como
uma pequena e breve introdução ao papel de Maria na economia da salvação do
homem, bem como de refutação a essa balela iconoclasta.
MAS, OBJETIVAMENTE, ONDE ESTÁ MARIA NA BÍBLIA?
Se buscarmos o suficiente, veremos a mãe de Jesus de forma muito clara na Bíblia. Ela está em vários lugares, mas evidentemente não tanto quanto o seu filho, que é o próprio tema da Sagrada Escritura do Gênesis ao Apocalipse. Contudo, ela aparece sim em muitos lugares de forma modesta, mas ao mesmo tempo marcante, inclusive em lugares que os evangélicos comuns veem e não a reconhecem.
Esta é, sem dúvida alguma, uma
das passagens mais profundas da Sagrada Escritura acerca da importância dessa
mulher para a própria redenção humana. Não estou com isso dizendo que ela é
salvadora. Longe de mim tal assertiva! Contudo, restam claras algumas coisas
neste curto e expressivo texto: primeiro, a simples saudação de Maria fez com
que sua prima, Santa Isabel, ficasse cheia do Espírito Santo. A própria criança
(João Batista) estremece no seio da mãe ao ouvir, mesmo do ventre, a voz da mãe
do Salvador. Vemos aí claramente o seu perfeito casamento santo com a terceira
pessoa da Santíssima Trindade: quando alguém a ouve, fica “cheia do Espírito
Santo”. Segundo, e ainda mais interessante, é nesta passagem que vemos na
Bíblia Maria ser chamada de “Mãe do Senhor”, título este muito claro mesmo a
quem não é um teólogo.
Outras passagens indicam
claramente a importância dessa “mulher”, a mesma que foi profetizada junto com
o seu filho em Gênesis 3, 15, incidentalmente a primeira profecia da Sagrada
Escritura. Aliás, não foi à toa que Jesus por diversas vezes chamou sua própria
mãe de “mulher”, título dado a ela desde o início na Bíblia.
SUA PRESENÇA NO PRIMEIRO MILAGRE DE
JESUS
Estava o Senhor numa festa de
casamento, em Caná da Galileia. Ele não estava pronto para começar o seu
ministério, muito menos fazer qualquer milagre. Isso fica evidente nas suas
palavras:
“...ainda não é chegada a minha hora.”
(João 2, 4)
No entanto, ao perceber que sua
mãe intercedeu pelo casal que estava para ficar sem vinho em suas bodas, Nosso
Senhor antecipa o momento de executar o seu primeiro milagre. E Maria, ao invés
de chamar para si as honras de ter inclinado o seu filho a atender aquele casal
aflito, apenas se limita a dizer “fazei
tudo o quanto ele vos disser” (João 2, 5). Maria conduziu o destino daquele
casal a Jesus, dirigiu a honra para Jesus, e ela continua fazendo isto até os
dias hoje!
Depois deste milagre, muitos
creram em Jesus, e ao descer a Cafarnaum, lá estava a “sua mãe” junto ao
mestre.
“Jesus principiou assim
os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus
discípulos creram nele. Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus
discípulos; e ficaram ali não muitos dias.” (João 2, 11-12)
SUA PRESENÇA NA CRUCIFICAÇÃO E MORTE
DO NOSSO SENHOR
Maria esteve com Jesus em seu
nascimento, educou-o e criou-o por décadas, e na sua morte cruenta lá estava
ela ao seu lado:
“E junto à cruz estavam a mãe
de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Vendo
Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho.
Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a
tomou para casa” (João 19:25-27)
SUA PRESENÇA NA DESCIDA DO ESPÍRITO
SANTO
Como já vimos até aqui, Maria esteve presente em todos os
momentos, da encarnação até a morte do seu filho Jesus Cristo na terra. Contudo,
sua relação estreita com o Espírito Santo é evidenciada quando da sua descida
do céu, em Pentecostes, no ano 33 da nossa Era Comum:
“Todos eles perseveravam
unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele... Chegando o dia
de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu
um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde
estavam sentados.” (Atos 1,14 e 2, 1 e 2)
SUA PRESENÇA NO CÉU
Maria aparece também claramente
no Apocalipse, e com uma função especialíssima na Igreja: a de ajuntar os
filhos de Jesus.
“Apareceu em seguida um
grande sinal no céu: uma Mulher
revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze
estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à
luz. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete
cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas. Varria com sua cauda uma
terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim
de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um Filho,
um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro.
Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. A Mulher fugiu
então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser
sustentada por mil duzentos e sessenta dias.” (Apocalipse 12, 1-6)
As referências dessa passagem são
muito claras: a mulher (Maria) que dá a luz a um filho, um menino, que iria
reger as nações com um cetro de ferro (Jesus). Assim a entenderam os pais da
Igreja e assim entende qualquer um cujo véu está retirado dos olhos. Mas,
embora as referências sejam claras, alguns insistem em dizer que a passagem se
refere somente à Igreja. Embora seja uma aplicação cuja associação alguns pais
também fizeram, a passagem tem um duplo sentido: o claro, o óbvio, e o mais
velado. A mulher é Maria. Isso fica evidente quando o próprio Jesus chamou sua
mãe por diversas vezes de “mulher”, associando-a inevitavelmente àquela figura
que foi profetizada nas Sagradas Escrituras. Mas a Igreja também pode ser uma
figura dessa mulher, pois ela “dá a luz” aos cristãos de todos os tempos e
lugares. A aplicação velada não substitui a óbvia. Ambas são válidas.
Contudo, o texto continua:
“O Dragão, vendo que
fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher
que dera à luz o Menino. Mas à
Mulher foram dadas duas asas de grande águia, a fim de voar para o deserto,
para o lugar de seu retiro, onde é alimentada por um tempo, dois tempos e a
metade de um tempo, fora do alcance da cabeça da Serpente. A Serpente vomitou
contra a Mulher um rio de água, para fazê-la submergir. A terra, porém, acudiu
à Mulher, abrindo a boca para engolir o rio que o Dragão vomitara. Este, então,
se irritou contra a Mulher e foi fazer
guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e
têm o testemunho de Jesus.” (Apocalipse 2, 13-17)
Fica clara a função da mulher e
que o dragão (uma referência ao demônio) perseguiria a sua descendência (os
cristãos) e todos aqueles que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho
de Jesus (a Igreja). Ora, como a “mulher” seria somente a Igreja se o dragão
vai perseguir a descendência da mulher e dos que guardam os mandamentos de
Deus? A mulher e os seus descendentes (a igreja) são claramente dois
personagens distintos. A interpretação mais clara é que a mulher é Maria e sua
descendência é a Igreja.
SUA PRESENÇA NO ANTIGO TESTAMENTO
Maria não está apenas nas
passagens óbvias do Novo Testamento. Ela também está profetizada nos Salmos e
nos outros profetas do Antigo Testamento. Vejamos alguns exemplos.
“O próprio Senhor vos
dará um sinal. Eis que a virgem
conceberá e dará a luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel”
(Isaías 7, 14)
O profeta Isaías viu a virgem [Maria]
concebendo, dando luz a um filho e dando a ele o nome de Emanuel, que significa
“Deus conosco”.
“Porei ódio entre ti [a
serpente] e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta
te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3, 15)
Esta é a primeira profecia da
Bíblia. Nela está implícita a mulher que é revelada nos evangelhos e no
Apocalipse, com toda a inimizade que haveria entre ela e a serpente original,
Satanás, o Diabo.
A FIGURA DA RAINHA-MÃE NO ANTIGO
ISRAEL MONÁRQUICO
O reino de Deus é uma monarquia,
assim como era no antigo Israel. A mãe do rei gozava de um status elevado, e
levava o título de gebirah, que
significa “a grande dama”. Essa figura existiu na monarquia Israelita de forma
contínua. Começa com Salomão, que reina com sua mãe, Betsabá, sempre à sua
direita no trono, e segue até Neústa, mãe do rei Joaquim, que foi deportado
para a Babilônia juntamente com ela quando da queda de Jerusalém para a
Babilônia (2 Rs 24, 15 e Jr 13, 18). A mãe do rei tinha mais destaque que as
suas esposas, e exercia um papel importante na monarquia real.
Sabemos que tudo o que vemos no
Antigo Testamento é uma figura do Novo. Essa tipificação da Rainha-Mãe não é
por acidente. Ela é uma figura da Rainha-Mãe dos cristãos.
“Então Betsabá foi ao
rei Salomão para lhe falar sobre Adonias. O rei se levantou para recebe-la e se
inclinou diante dela. Depois se assentou no trono, mandou trazer um trono para
a sua mãe, e Betsabá se sentou à sua direita. Tenho um pequeno pedido a
fazer-te, disse ela; não mo recuses. Pede,
minha mãe, respondeu o rei, porque nada te recusarei.” (1 Rs 2,
19-20)
Sobre esse texto o ex-pastor protestante Scott Hahn comenta:
“Essa curta passagem
nos traz considerações implícitas sobre o protocolo e o poder de estrutura da
corte de Israel. Inicialmente, vemos que a Rainha-Mãe se aproxima do seu filho
a fim de falar-lhe em nome de outra pessoa. Isso nos confirma o que já sabemos
sobre as rainhas-mães nas outras culturas do Oriente Médio... Em seguida,
percebe-se que Salomão se levantou do seu trono quando sua mãe entrou no
recinto. Isso dá um destaque ao assunto sobre o qual a Rainha-Mãe queria tratar
com o rei. Qualquer outra pessoa que viesse à presença do rei deveria seguir o
protocolo, mesmo suas mulheres deveriam curvar-se diante dele (1 Rs 1, 16).
Contudo, Salomão se levanta para honrar Betsabá, mostrando mais respeito por
ela ao curvar-se e lhe dar o lugar de maior honra, ao seu lado direito. Sem
dúvida, esse episódio descreve um ritual da corte no tempo de Salomão, um
ritual que expressa um relacionamento real. O que nos dizem as atitudes do rei
Salomão quanto ao relacionamento com sua mãe? Inicialmente, seu poder e
autoridade não são, de forma alguma, ameaçados por ela. Ele se curva para ela,
mas continua sendo rei. Ela senta-se à sua direita e não ao contrário. É
evidente, no entanto, que ele vai honrar seus pedidos não devido a alguma
obrigação legal de obediência, mas, sim, por amor filial. Até o momento dessa
cena em particular, Salomão tinha claramente um histórico de ceder aos desejos
de sua mãe. Quando Adonias primeiro se aproxima de Betsabá para solicitar sua
intercessão, ele diz: ‘Peça ao Rei Salomão; ele não vai lhe recusar’. Embora
Salomão seja superior a Betsabá, na ordem da natureza do pedido e do protocolo
ele permanece sendo o seu filho...Como o primeiro sucessor de Davi reinou ao lado
de sua Rainha-Mãe, assim também o faria o seu último e eterno sucessor”
(Scott Hahn, em seu livro “Salve, Santa Rainha”, pags. 67-68)
A tipificação da figura da Rainha-Mãe no reinado do antigo
Israel frente à nova monarquia divina e seus paralelos nos textos do Novo
Testamento é muito clara para ser ignorada.
E A IDOLATRIA ÀS SUAS IMAGENS, NÃO
ESTÃO PROIBIDAS NOS DEZ MANDAMENTOS?
É fato que responder a esta pergunta demandaria praticamente
um outro artigo completo, mas tentarei endereçar a questão da forma mais direta possível. Deus verdadeiramente proibiu a idolatria, principalmente naquele
contexto em que vivia a nação de Israel, cercada por outras nações
que adoravam deuses falsos e que os representavam através dos seus ídolos feitos
com ouro, madeira ou pedra. Por isso Deus foi radical:
“Não terás outros deuses diante de
minha face. Não farás para ti escultura,
nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou
nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes
prestarás culto.” (Êxodo 20, 3-5)
Os nossos irmãos separados (protestantes) entendem neste (e
em outros versículos) que Deus estaria proibindo qualquer representação em
imagens. Veja, contudo, que sua aplicação, se levada à cabo por eles acabaria
por inviabilizar a própria vida moderna: não poderíamos ter esculturas de
espécie alguma, as fotos seriam proibidas, a sétima arte idem, pois a proibição
foi clara; não poderíamos fazer “figura alguma do que está em cima, nos céus,
ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra”. Imagine um mundo em
que uma simples revista cheia de fotos seria um pecado mortal, ou um cônjuge
que leve uma foto de sua família na carteira sendo taxado de “idólatra”. É esse
o extremismo que deveria prevalecer, caso os argumentos dos iconoclastas
prosperasse. Contudo, a Bíblia não pode ser interpretada em versos separados do
seu contexto histórico, cultural e temporal, muito menos por versículos
isolados. É preciso ver o todo. E o que esse todo nos diz?
Primeiramente, que Deus mandou confeccionar imagens de
escultura no próprio Velho Testamento. Sim, vejamos:
“Farás também uma tampa de ouro puro,
cujo comprimento será de dois côvados e meio, e a largura de um côvado e meio. Farás dois querubins de ouro; e os farás de
ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro,
fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão
esses querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a
tampa, sobre a qual terão a face inclinada. Colocarás a tampa sobre a arca
e porás dentro da arca o testemunho que eu te der. Ali virei ter contigo, e é
de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que
te darei todas as minhas ordens para os israelitas.” (Êxodo 25, 17-22)
“Fez dois querubins de
ouro, feitos de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado,
outro de outro, de maneira que faziam corpo com as duas extremidades da tampa. Esses querubins, com as faces voltadas um para o outro, tinham as asas
estendidas para o alto, e protegiam com elas a tampa para a qual tinham as
faces inclinadas.” (Êxodo 37, 7-9)
“e o Senhor disse a Moisés: 'Faze para ti uma serpente ardente e mete-a
sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo.'.
Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém
era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a
vida.” (Números 21, 7-9)
Outros textos para consulta: Êxodo 41,18, 1 Reis 6,23-29.32; 7,26-29.36; 8,7, 1 Crônicas
28,18-19, 2 Crônicas 3,7,10-14; 5,8, 1 Samuel 4,4.
Fica evidente que a aplicação da chamada “idolatria” não
pode ser a que a dão os protestantes. Do contrário, Deus seria incoerente (e
sabemos que Ele não é!). Como Ele mandaria proibir uma coisa e logo em seguida
mandar fazer exatamente o contrário do que Ele havia ordenado? Das duas uma: ou
Deus é confuso ou é a interpretação protestante que está errada. Como bom fiel
que sou, a segunda opção é que é a única viável: a interpretação protestante
está errada!
O que seria então a idolatria? Seria exatamente o que a
palavra quer dizer: a junção das palavras εἴδωλον (Eidolon - Simulacro), que
indica um objeto de adoração em matéria de realidades espirituais e λατρεια (latria – adoração). Ou
seja: idolatria é a adoração de deuses
falsos. E isso não pode, sob nenhum aspecto ser comparado à veneração dos
católicos aos seus santos, especialmente a Maria, pois para nós os santos não
são “deuses”: muito pelo contrário, são servos do único e verdadeiro Deus, o
único que merece a adoração. Ainda, não são personagens falsos, mas são pessoas
históricas que pertenceram (e ainda pertencem) à Igreja, que viveram o exemplo
cristão no seu ápice, e que servem como um modelo a ser imitado.
Para os católicos a honra (dúlia) prestada aos
seus santos não se confunde com a adoração (latria) devida única e
exclusivamente a Deus. Isso já era bem evidente no tempo de Santo Atanásio, que
no século IV já dizia de maneira absolutamente clara (quando já havia o falso
discurso de “idolatria” contra os cristãos):
No demais, esse ponto está mais do que refutada neste vídeo
de apenas 14 minutos, o qual referencio para uma elucidação mais embasada
acerca da razão pela qual não se pode afirmar que as imagens dos santos é uma
idolatria.
E só para complementar, que tal ouvir um rabino judeu para entender que a interpretação protestante da idolatria dada por eles como uma explicação de um dos mandamentos do decálogo não pode ser aplicada à veneração que os católicos dão aos seus santos e às próprias imagens sacras? Assista e tire suas conclusões.
Enfim, não irei me alongar na refutação a esse ponto em específico, já bem elucidado nos vídeos acima, mas é evidente que a Igreja Católica não suporta a idolatria tal qual nossos irmãos separados costumam nos acusar. Falta-lhes uma visão histórica mais apropriada para fazer um julgamento mais salutar daquilo que a Igreja sempre fez. Fica claro também que Maria está na Bíblia em diversos lugares, e que tem uma posição muito mais relevante do que muitos protestantes podem pensar.
Eu Responderia: ela está em Lucas 1, 48, quando nos é dito que “todas as gerações” a chamariam de “bem aventurada”. Ela está em João 19, 26-27, quando Jesus entrega-a a João e simbolicamente a toda a humanidade dizendo “eis aí a tua mãe”. Ela está em Atos 1, 14 “perseverando na oração”. Ela está em Gênesis 3, 15 como a “mulher” que teria inimizade perpétua com a serpente maligna. Ela está também em Apocalipse 12 como a mesma “mulher revestida de sol, com a lua debaixo de seus pés e uma coroa de doze estrelas”. Ela está em Isaías 7, 14 como a “virgem” que “conceberá e dará a luz um filho”. Ela está em 1 Reis 2, 19-20 como a Rainha-Mãe a quem apetece ao rei atender-lhe os rogos, e em tantos outros lugares, escondida nos tesouros das Sagradas Escrituras. Mas ela está, sobretudo, em todos os registros que a Igreja conserva há mais de 2.000 anos: nos escritos dos pais apostólicos, na liturgia deixada pelos apóstolos, nas catacumbas dos cristãos perseguidos nos primeiros séculos do cristianismo, bem como no magistério infalível da Igreja cujas “portas do inferno não prevalecerão” e que é a “coluna e sustentáculo da verdade” (1 Tm 3, 15).
Enfim, não irei me alongar na refutação a esse ponto em específico, já bem elucidado nos vídeos acima, mas é evidente que a Igreja Católica não suporta a idolatria tal qual nossos irmãos separados costumam nos acusar. Falta-lhes uma visão histórica mais apropriada para fazer um julgamento mais salutar daquilo que a Igreja sempre fez. Fica claro também que Maria está na Bíblia em diversos lugares, e que tem uma posição muito mais relevante do que muitos protestantes podem pensar.
ENTÃO, COMO RESPONDERÍAMOS À PERGUNTA DA GRAVURA QUE ENCABEÇA ESTE TEXTO?
PARA SABER MAIS:
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- BALTHASAR, Hans Urs von; RATZINGER, Joseph Aloisius. Maria a primeira Igreja. Gráfica de Coimbra, 2004. p.59-78 (acessível neste link no site "Apologistas Católicos")